terça-feira, 12 de maio de 2009

A propaganda e a crise.

Traduzido e adaptado de Ivan’s blog (Ads of the World)

 

O Lula pode até dizer que é só uma marolinha, mas a Miriam Leitão nos lembra todo dia de manhã que a crise tá aí, na nossa porta. Eu, particularmente, não sei muito bem qual o reflexo dessa crise na nossa publicidade, mas é certo que as agências dos Estados Unidos já sentiram o baque no budget. Com a desaceleração da economia brasileira, alguns clientes podem ficar cautelosos na hora de investir sua grana em comunicação, e é essa o momento dos criativos mostrarem a que vieram, e que corte de orçamento em publicidade não leva ninguém a lugar nenhum. É tempo de otimizar investimentos. Grandes anúncios têm uma coisa em comum: eles vendem (Thalita Sasse que me perdoe). Vendem produtos, serviços, idéias ou estilos de vida; se não diretamente, eles marcam a memória do consumidor de modo a influenciar na hora da compra.

 

Então aí vão 10 princípios básicos para manter em mente no momento de criação em tempos de crise:

 

1. Ninguém tá nem aí para sua empresa.

A princípio, ninguém está nem aí para empresa nenhuma, a comunicação é que lhes dá um motivo para se importar com sua empresa, produto ou serviço. Os consumidores estão basicamente à procura de algo que torne suas vidas mais fácil ou lhes dê sucesso. Como você fará sua propaganda convencê-los de que seu produto tem o que eles precisam?

2. Não deixe o medo ser sua motivação.

Um dos maiores erros cometidos por um criativo é duvidar da capacidade de seu público-alvo. A campanha “Got milk” da Goodby, Silverstein & Partners tinha seu conceito totalmente baseado na ausência do leite, e não em torná-lo o grande herói da história. Se tivessem duvidado da capacidade do consumidor em entender essa mensagem reversa, provavelmente não existiria campanha.

3. Se funciona com você, funciona com eles.

Você também é um consumidor. Você lê anúncios e compra produtos. Se sua propaganda não convence você, provavelmente não convencerá seu público.

4. Trate de apenas um assunto.

Também conhecido como Unique Selling Proposition ou Promessa Básica. A Volkswagem uma vez veiculou um anúncio cujo título era: “Faz sua casa parecer maior.” A mensagem era simples: Fuscas são pequenos, mas o título não mencionava a economia do carro, seu preço e nem sua mecânica. Não mencionava nem a Volkswagen, mas levou o público a entender que “pequeno é bom”.

5. Diga de uma forma diferente.

Estabeleça o seu assunto único e pense em diferentes maneiras de dizê-lo. No exemplo acima, não se dizia “Fuscas são pequenos.” Pense como transmitir uma mensagem comum de uma forma diferente, que chame atenção.

6. Deixe o público tirar suas próprias conclusões.

Quando Steven Spilberg primeiro filmou Tubarão, o público riu do animal. O que ele fez? Tirou o tubarão. Em todo o filme, são apenas algumas cenas que aparecem o tubarão inteiro, e o filme continua aterrorizante. Algo semelhante foi feito no recente Cloverfield. O mesmo pode ser aplicado à propaganda. Não tenha medo de deixar os consumidores tirar suas próprias conclusões a respeito da empresa ou produto, normalmente estas são as mais poderosas.

7. Faça texto e imagem/design trabalharem juntos.

O título e a imagem contam a história. Não deixe o visual se sobrepor à mensagem, e não confie apenas no texto para transmitir a mensagem. O título nunca deve repetir o que está na imagem, e o design gráfico não deve ser usado apenas para preencher espaço.

8. Crie uma emoção.

A pior coisa que um anúncio pode causar é tédio. Use as emoções a seu favor, crie sensações de felicidade, tristeza, entretenimento ou raiva. Tenha a certeza de gerar uma resposta emocional em seu leitor. Qualquer resposta é melhor que resposta nenhuma.

9. Venda algo, não apenas fale.

Imagine a seguinte situação: Você está procurando por um carro. Você encontra o carro perfeito e vai até a concessionária para saber mais a respeito dele. Quando você pergunta ao vendedor, ao invés de responder suas dúvidas, ele conta toda a história emocionante da loja. E o quico? Em propaganda, sempre fique focado no que você está vendendo e antecipe as necessidades do seu consumidor.

10. Faça o consumidor agir.

Os melhores anúncios geram respostas, eles fazem o consumidor querer agir. Dê uma razão para seu consumidor agir, e também dê meios para fazê-lo (telefone, fax, ou endereço de site).

Só lembrando que esse texto originalmente é de um americano (ou estadunidense, como alguns preferem), então ele é da escola dos pragmáticos, como Ogilvy, Bill Bernbach, e etc., que eu particularmente gosto bastante, hehe.

 

2 comentários:

  1. Bom texto, mas acredito que o problema da comunicação é maior que a criatividade.

    Boa idéia de blog.

    Abraço

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