terça-feira, 26 de maio de 2009

CRIE MELHOR E MAIS RÁPIDO (desventuras do Luis na ESPM)

Última semana de Maio. O ano está na metade e eis que resolvo-me ir para São Paulo espairecer. E resolvi fazer isso no pior lugar possível para quem sai da roça para buscar resposta. Esse negócio de ter ido ter o gostinho do que é a ESPM/SP chegou a me abalar um pouco (é, nem é vergonha admitir isso). De qualquer maneira, o curso (com título de produto do polishop) está sendo útil e promete ficar melhor na segunda parte - para compensar o desespero de ver cartazes incentivando os alunos a participarem do Young Lions, apps de iPHONE desenvolvidos por alunos e trabalhos de faculdade que foram publicados na revista Archive. Alguém tinha dúvida que a realidade é outra?

CRIE MELHOR E MAIS RÁPIDO já é o segundo curso que eu faço da ESPM; com duas horas eu já tinha aprendido mais técnicas de criação do que em 3 matérias da UFG (sem contar DA e Introdução, mas só para não parecer exagerado). O melhor formato para falar do conteúdo do curso será distribuir algumas dicas em tópicos, mas antes eu tenho que repetir as palavras de alguém de dentro da Fischer América: FRUSTRAÇÃO FAZ PARTE - TODO MUNDO VAI FAZER MERDA POR "N" MOTIVOS, AQUELE TIPO DE TRABALHO QUE VOCÊ NÃO VAI MOSTRAR NEM PRA SUA MÃE. Ufa, estou salvo. Achei que isso só acontecia comigo. Fiquei ainda mais otimista quando o discurso prosseguiu para: 80% DAS COISAS LEGAIS VÃO MORRER, SEJA NO CAMINHO PRO CLIENTE (diretor de criação, atendimento, dono da agência aqui em Goiânia), SEJA PELAS MÃOS DAQUELES QUE APROVAM.

Voltando ao assunto, vou resumir algumas anotações já que o material só será entregue na semana que vem. Começando do momento em que o JOB chega na mesa:
  1. parar e respirar assim que receber o briefing (é mais produtivo do que sair criando aleatoriamente na ansiedade);
  2. entender do que se trata, clarifficar (as vezes implica em torturar o atendimento);
  3. vender, achar o argumento (a Mairá chama de insight).
Nada muito diferente do que a gente lê ou ouve dizer, a não ser o ponto 3. Porque o ponto 3 abre os universos em que vamos trabalhar: produto, consumidor e a idéia. Não se cansem, isso aqui é tudo uma organização do processo criativo por etapas para não ficar dando voltas, apenas isso:
  • universo do produto: o que é, pra quem é destinado, em que ambiente se encaixa, como é realizado seu uso, pra que e porque é utilizado, usos incomuns do produto, detalhes do produto e qualquer outra coisa vinculada apenas ao que aquilo que está sendo vendido é;
  • universo do consumidor: como o produto é percebido, uma intersecção entre o consumo e o produto, verificando o que é realmente relevante (os caras podem ter passado 5 anos desenvolvendo um botão do painel do carro para o qual ninguém destina importância);
  • universo da idéia: essa parte ainda tem pra ser dito, mas é basicamente sobre IR ATÉ O FINAL COM A IDÉIA, NÃO TRAIR O CONCEITO CRIADO (detalhes, amarrar o anúncio preocupado com coisas que podem parecer pequenas como a placa de um carro), e lembrar que o anúncio termina quando for atendido o argumento.
Aqui eu deveria escrever sobre os caminhos que podem ser seguidos, mas vou esperar o material para falar com mais propriedade. Mas meio que existe uma maneira de direcionar as idéias para determinados tipos de abordagem (me cobra disso hein Nellie). Uma das dicas dessa parte é: TENHA UM ANÚNCIO DE CARRO NA SUA PASTA. Aparentemente os diretores de criação ficam bastante atentos a isso. Carro é o bem de consumo mais caro que o consumidor compra passionalmente; não compensa investir no lado emotivo para vender apartamentos (tem tanta coisa racional vinculada e tanta preocupação com a grandiosidade do investimento que a emoção não consegue espaço para se instalar).

Ouch, ainda tem coisa para escrever. RESPIRA. Bem, termino semana que vem com a parte boa (tem umas dicas anotadas aqui que ficam melhor quando eu falar dos caminhos). Beijos-me-liga.

3 comentários:

  1. Nunca tinha pensado a respeito do anúncio de carro... Eu trabalho o dia inteiro com apartamento bem sei como é querer por tudo enfiar emoção e o cliente pedindo racionalidade. Bom saber que fazer merda é normal, mesmo na ESPM, hehe. Estou esperando as outras partes ein! Bjo

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  2. Opa. Vai escrevendo, menino. Vai botando a guela pra fora desse jeito que é assim que a gente gosta. Gostei do post. Valeu.

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  3. Vou cobrar royalties pelo desventuras hahaha. Achei massa o texto e fiquei com ainda mais vontade de ir pra ESPM, someday.

    E assim como a Nellie, tbm trabalho com apartamentos o dia todo. É fato a racionalização do produto. Ao lado do conceito emocional, lá vem a metragem e as formas de pagamento.

    Eu até tenho umas peças de carro no meu portfolio (citroen, época da inédita), mas nem sei se são realmente boas. Pelo menos estão lá.

    Esperando a segunda parte do texto.
    =D

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